Um conto de Ariadne Bodnar Ferrari

Vingança por Amor

Parte um

Era uma manhã nublada, 8 de agosto, o clima parecia propenso à chuva, mas acabou que eram apenas nuvens passageiras. Sherlock acabara de tomar seu café e sentou-se em sua poltrona. Eu, como de costume, abri a porta e o jornal estava lá, porém desta vez havia uma carta também, e só pelo estilo percebi que não era uma carta qualquer, era de um possível cliente.

— Sherlock, tem uma carta, provavelmente um cliente — eu disse.

— Finalmente! Já estava começando a ficar entediado. Dê-me a carta, por favor, Watson.

No momento em que dei a carta a Sherlock, ele abriu-a imediatamente e começou a ler em voz alta:

27 de abril de 1894

Prezado sr. Holmes,

Não sei a quem recorrer para tratar deste assunto. Mas, nos últimos dias, eu e meu namorado Philip não estamos nos dando muito bem. Estamos brigando por qualquer motivo e eu não sei o que fazer. Não costumávamos brigar muito e muito menos querer terminar nosso relacionamento. Contudo, agora…

— Chato! Só veio isso de caso hoje, Watson?

— Só.

Sherlock fez uma cara de quem não estava interessado no caso, mas continuou lendo.

Contudo, agora comecei a me sentir ameaçada, supervisionada. Recebi há alguns dias uma carta anônima de ameaça. Entenda, sr. Holmes, sou uma celebridade, portanto, não posso escrever tudo nesta carta, pois tenho medo de ela acabar nas mãos de pessoas erradas. E posso acabar pondo tudo em risco, por isso não darei mais nenhum detalhe a respeito da carta anônima. Entretanto, ainda há coisas que gostaria de relatar nesta carta. Tenho tido sensações esquisitas ultimamente quando ando sozinha na rua. É como se alguém estivesse me seguindo ou querendo me deixar apavorada. Também acredito que algo como um assassinato possa acontecer, comigo ou com Philip. Estou apavorada, sr. Holmes, e agradeceria muito se o senhor pudesse vir até a minha casa e me ajudasse a descobrir quem é essa pessoa por trás disso.

P. S.: O endereço é 314, Regent Street.

Atenciosamente,

Claire Williams

Após ler, Sherlock permaneceu sentado com suas mãos cruzadas sobre o peito e olhos fechados, apenas pensando. Eu, que permaneci em pé esse tempo todo, sentei-me na poltrona à frente de Sherlock e apenas fiquei pensando na carta.

Depois de muito tempo parado na mesma posição, Sherlock finalmente se levanta e diz:

— Fascinante…

— O que é fascinante, Sherlock?

— A carta. Primeiro que foi escrita em abril e só chegou a nós agora, em agosto, segundo que ela não dá nenhum detalhe. É como se ela já soubesse que algo ruim iria acontecer, mas não sabe descrever o quê. Além do mais, é como se ela não desse muita atenção ao próprio namorado, o que é um pouco incomum em relacionamentos… — disse Sherlock com um tom de voz de orgulho e certeza.

— Então, vai aceitar o caso?

— Ah, sim! Vou, com certeza. Há algo de suspeito nessa descrição dela e eu irei descobrir. Arrume suas coisas, Watson, iremos à Regent Street esta tarde.

Logo depois do almoço, Sherlock já estava pronto. Estava com sua mala, porém só a pegou antes de irmos. Um tempo depois, começou a ficar aborrecido e decidiu tocar seu violino para ver se o tempo passava mais rápido. Eu, como não tinha o que fazer, sentei-me, fechei os olhos e fiquei apenas ouvindo.

Por volta das 14 horas, saímos do apartamento, pegamos um cabriolé e fomos até lá. Assim que descemos, vimos que a fachada da casa era bem cuidada. A cor era branca e era uma casa relativamente grande para uma pessoa solteira. Mal chegamos e o mordomo já abriu a porta para nos atender.

— Desculpe, mas quem são os senhores?

— Sou Sherlock Holmes e esse é o Dr. Watson, meu amigo e parceiro de investigações. Sua chefe, a srta. Williams, escreveu há uns meses pedindo por minha ajuda, curiosamente essa carta chegou apenas hoje de manhã às minhas mãos.

— Compreendo-o, sr. Holmes. Por favor, entrem e sintam-se à vontade. Irei chamar a srta. Williams.

— Obrigado — eu respondi, enquanto olhava ao redor.

Um tempo depois, a srta. Williams e o mordomo aparecem na sala. Ela era alta, bonita, tinha cabelo rubro-cobre e olhos azuis e não devia ter mais do que 28 anos. Mas ao observar o rosto de Sherlock, começou a ficar nervosa, entretanto conseguiu esconder bem suas emoções. Mas Sherlock, é claro, percebeu.

— Olá, sr. Holmes, Dr. Watson, o que posso fazer pelos senhores?

— Srta. Williams, a senhorita me mandou uma carta há 4 meses, interessantemente só a recebi hoje de manhã. E se não fosse pelo meu colega, não teria lido sua carta ainda. Nessa carta a senhorita disse estar aflita, pois supostamente tem uma figura misteriosa a perseguindo.

— Certo, sobre isso, creio que minha aflição já tenha passado, ou pelo menos, boa parte…

— Entendo — disse ele com um tom de voz de quem queria saber mais. — Senhorita, precisarei de mais detalhes sobre o que não foi adicionado à carta.

— Não posso falar apenas com o senhor?

— Lamento, senhorita, ou nós dois ou ninguém. A senhorita pode confiar no Dr. Watson.

— Certo, claro. Então, tudo começou no final de março, no dia 20, se não me engano… cheguei em casa por volta das 20 horas e já percebi que Philip não estava muito bem. Resolvi perguntar a ele se tinha acontecido algo ou se havia sido apenas um dia estressante. Fiquei surpresa com o seu tom de voz e a maneira com que ele me respondeu, ele nunca tinha me respondido daquela forma…

Pela expressão facial de Claire, realmente parecia que esse tipo de coisa nunca tinha acontecido com ela. Como boa parte das pessoas, fiquei com um pouco de pena, mas aparentemente Sherlock não.

— Preciso que a senhorita fale com a maior quantidade de detalhes de que lembrar. Isso irá ajudá-la muito e a nós também.

— Certo… continuando: eu reparei que Philip começou a ficar diferente depois que começou a trabalhar em um filme. E tenho a sensação de que uma das atrizes esteja envolvida nisso. Tenho quase certeza de que seja a Veronica. Ela é uma mulher jovem, de no máximo 24 anos. Tem cabelos castanhos e ondulados, olhos esverdeados. Os jornais ultimamente só têm comentado coisas sobre ela. E ele não para de comentar sobre ela, como ela é uma atriz maravilhosa, como ele queria fazer outros filmes com ela e coisas assim.

— Então a senhorita acredita que seu namorado a esteja traindo com Veronica?

— Sim. 

— Por que exatamente a senhorita se sente ameaçada? Além da carta anônima — perguntei.

— John, é óbvio que tem coisa a mais nisso, mas vamos deixar a senhorita falar.

— Muitos parentes de Philip não aceitam nosso relacionamento, eles sempre dizem que eu não vou trazer felicidade a ele. E eles nunca gostaram realmente de mim, mas quando Philip fala de Veronica eles parecem adorá-la.

— Acredito que esse seja um bom ponto para que ela desconfie dos parentes do sr. Philip —  respondi.

— Uma pergunta, stra. Williams, o sr. Philip se encontra presente nesta casa?

— Sim, a última vez que o vi foi no quarto dele.

— Será que posso conversar com ele?

— Não vejo motivos pelos quais não possa.

Saímos da sala de estar, passamos pelo saguão, subimos as escadas de mármore branco e chegamos ao segundo andar. Só pelo estilo dos cômodos percebi que era o andar onde ficavam os quartos. O da srta. Williams ficava na primeira porta à direita. O do sr. Philip ficava na próxima porta, porém do lado esquerdo. Assim que chegamos, a porta do quarto estava fechada. 

— Philip, querido, posso entrar?

Então, por alguns segundos, tudo ficou quieto até que ouvimos um barulho um tanto quanto diferente. Parecia que alguma coisa havia sido derrubada. Preocupada, Claire perguntou novamente:

— Philip, está tudo bem?

Sem resposta, Sherlock e eu decidimos arrombar a porta, pois estava trancada. Ao abrir a porta, o corpo de Philip jazia no chão e havia um copo de uísque em cima de sua mesa de cabeceira.

— Philip! — exclamou Claire em tom de choro.

— Parece que teremos que resolver esse caso sem Philip. 

— Isso! — comemorou Sherlock, com um sorriso. 

— Watson, por favor, tire a srta. Williams daqui, deve ser um choque muito intenso para ela permanecer aqui.

Eu acompanhei a senhorita Williams até a sala de estar onde estávamos anteriormente. Deixei-a lá e voltei ao quarto. Enquanto isso, Sherlock já estava analisando o ambiente. Quando voltei, ele pediu que eu analisasse o corpo para sabermos a causa da morte. Aproximei-me do corpo e já consegui ter o diagnóstico de morte.

— E então? — perguntou Sherlock.

— Sufocamento —  respondi.

— Mas não tem marca de mãos no pescoço…Veneno! É claro! Cianeto?

— Exatamente.

— Qual?

— O extraído da maçã.

— Isso! — ele respondeu animado.

Enquanto esperava Sherlock falar alguma coisa, fiquei sentado apenas observando o quarto. Assim como a fachada da casa, o quarto de Philip era branco. Tinha um tapete verde escuro entre a janela e a cama. Seus guarda-roupas eram de madeira pintada de branco e ficavam no lado direito da parede, à frente da cama. A cama era de casal e suas roupas eram brancas e verdes para combinar com o tapete. No quarto também havia uma mesa de cabeceira feita do mesmo material dos guarda-roupas e encontrava-se no lado esquerdo da cama. Próximo à mesa de cabeceira, uma porta levava ao banheiro. No lado esquerdo havia uma janela, cuja vista era bela! E isso não era tudo, ele ainda tinha um armário para guardar livros e outros objetos. Na parte superior do quarto havia uma sanca de cor verde, o que me chamou a atenção mesmo não sabendo bem ao certo o motivo.

Depois de um tempo, resolvi sair e ver a srta. Williams. Quando estava na frente da porta, o telefone tocou: era a mãe de Philip. Ela estava extremamente preocupada porque Philip ainda não chegara em casa e ele prometeu levá-la ao teatro hoje às 16h. De súbito, a srta. Williams fala:

Sra. Norman, não sei como dizer isso à senhora, mas…

Mas o que, querida? perguntou a sra. Norman.

Seu filho está morto…

Morto?! Onde?! Quando?! disse ela prestes a chorar.

Aqui em minha casa, hoje…

Sem dizer uma palavra, ela desliga o telefone. Minutos depois, ela, seu marido, os irmãos de Philip e seus tios chegam à residência. Todos pareciam enfurecidos e, sem respeito nenhum, entraram na casa.

— Srta. Williams, o que significa isso?

— Eu-eu…

— Quer saber?! Eu não ligo, meu querido filho está morto! 

Quando estava descendo as escadas, todos olharam em minha direção. Enquanto desço, percebo que todos os parentes de Philip estão próximos à srta. Williams, seus irmãos, Vera e Edward, estão felizes com a morte dele. Seus tios, Amelia e Arthur, também estão, por um tempo resolvi olhar para como eles se vestiam para ver se demonstravam algo que não iriam falar. Vera estava de preto, porém era possível ver que não se esforçou ao se arrumar, colocou a primeira coisa que viu à sua frente. Edward, por outro lado, se esforçou tanto que deu para perceber que também não estava nem um pouco interessado em seu irmão. Seus tios e seu pai também não estavam muito bem vestidos, a única que estava bem vestida era sua mãe. 

— Ah! Sr. Watson! — exclamou Claire, com tom de alívio.

— Quem é esse, Claire?

— Sou John Watson, amigo de Sherlock Holmes.

— Amigo do melhor detetive de Londres? — falou o pai de Philip, com desgosto. — Duvido!

— Pois, devia acreditar nele. — respondeu Sherlock, descendo as escadas.

— Não creio! — disseram todos os parentes de Philip em uníssono.

Durante alguns minutos, todos nós permanecemos em silêncio, até que o grupo se separou. Sherlock foi explorar mais a casa inteira e ver se descobria algo útil, eu permaneci um tempo com Claire, enquanto Vera e Edward foram a um quarto conversar em particular. Amelia e Arthur ficaram em um canto também conversando, o sr. e a sra. Norman permaneceram comigo e com Claire.

Enquanto Sherlock percorria a casa, ouviu Edward e Vera conversando. Nesse meio tempo cheguei de fininho, pois percebi que estava acontecendo algo. 

Ainda bem que Philip morreu. Não aguentava mais a mamãe só dando atenção a ele. disse Vera.

Na verdade, ele era muito mimado. Ainda bem que não somos iguais a ele. E que bom papai também não é.

Realmente, seria um horror se fosse dessa maneira. 

Logo após decidir se ouvia mais ou saía antes de ser percebido, Sherlock continua caminhando em direção ao quarto de Philip, e eu só o sigo, porque sei que ele quer comentar algo comigo. Ao chegarmos, quebrou o silêncio:  

— Parece que temos muitos suspeitos, Sherlock.

— Tem o pai, a Vera, Edward, Amelia e Arthur.

— E quanto a Claire e a sra. Norman?

— Sim, Claire também pode ser considerada uma suspeita. A sra. Norman, acho difícil que seja.

Sherlock não disse mais nada, eu também não continuei a conversa, pois percebi que ele estava de olhos fechados, normalmente isso significa que está pensando. Vinte minutos depois, Sherlock abre novamente os olhos e começa a observar o ambiente com muito cuidado e atenção.

— Achou algo, Sherlock?

— Achei tudo, Watson!

— O que quer dizer?

— Como assim o que eu quero dizer, Watson!? Observe a mesa de cabeceira! Há uma carta nela.

— De quem é?

— De Philip para Veronica. Só que isso não é tudo, perceba que a carta está meio dobrada e a tinta borrou, o que nos leva a ter impressões digitais. E essas com certeza não eram de um homem. Ou seja, não foi Philip quem dobrou essa carta e sim uma mulher. Além disso, não reparou nada na paisagem?

— O que tem a paisagem?

— A paisagem dá para o quintal da senhorita Williams que, curiosamente, tem muitas macieiras. O que é um tanto quanto estranho, porque o sr. Philip morreu de cianeto extraído de sementes de maçãs.

— Então acredita que ela matou Philip?

— Sim, mas faça-me um favor antes de acusá-la com tanta certeza. Tente achar o máximo de informações sobre ela com os empregados. Enquanto isso, irei em busca da carta anônima e de uma escrita por ela.

Fiz o que Sherlock me pediu, fui atrás de alguns empregados e consegui algumas informações mínimas para ajudar a concluir o caso. Voltei à sala de estar e lá estavam Claire e todos os outros. Não muito tempo depois, Sherlock chegou e disse:

— Sei quem cometeu tal crime, mesmo todos vocês sendo possíveis suspeitos. Exceto a sra. Norman, que está visivelmente muito abalada.

— Quem foi, Sherlock? — perguntou a mãe, desesperada.

— Foi a srta. Williams.

Ao ouvir essas palavras, Claire logo responde sem hesitar.

— Talvez eu tenha cometido tal crime, mas porque eu faria isso?

— Porque você descobriu que ele estava te traindo.

— Isso é verdade, Claire? — disse a sra. Norman, chocada.

— Sim, isso é verdade. 

— Por quê? —  eu disse.

— Vou contar o que realmente aconteceu…

. . .

Parte dois

— Cheguei em casa, naquele mesmo dia que descrevi na carta, e Philip estava furioso. Eu não sabia se era porque ele estava cansado ou porque foi um dia estressante. Perguntei como tinha sido o seu dia e ele me respondeu: “Não te interessa e pare de ficar querendo saber de minha vida”. Durante aquela noite, não disse mais nada além de boa noite. Confesso que estava achando esse comportamento meio estranho, mas achei que fosse apenas um dia. Porém, todos os dias seguintes continuaram sendo da mesma maneira. Até que…

— Que a senhorita resolveu investigar o que estava acontecendo. —  respondeu Sherlock.

— Sim, pedi à sra. Rogers, minha empregada, que quando fosse limpar o quarto de Philip procurasse por cartas entre ele e Veronica. Encontrou não uma, mas várias. Li todas as cartas e lá estava a prova de que precisava. A verdade para saber se eu não estava ficando paranóica. Acontece que Philip só estava namorando comigo por interesse na herança de meus pais e no meu próprio dinheiro. Quanto aos parentes dele, não menti, eles realmente não gostavam de mim nem de nosso relacionamento, só apoiavam Philip para conseguir bens alheios.

— Como conseguiu todas essas informações, senhorita Williams? — perguntou Watson.

— Através de cartas escritas por Philip. 

— Compreendo, por favor continue. — eu respondi.

— Depois de descobrir que havia sido traída e que meu dinheiro estava ameaçado, resolvi pensar em uma vingança contra Philip, Veronica e, é claro, os parentes de Philip. Tenho uma amiga, chamada Giovanna, cujo passatempo é química. Ela sabe bastante sobre venenos, então falou-me sobre o cianeto, mais especificamente aquele extraído da maçã. Sua vantagem é que ninguém consegue proibi-lo. Como, por sorte, já cresciam frutíferas macieiras em meu quintal, comecei a fabricar o veneno. E o melhor é que ninguém desconfiou.

— E quanto à carta anônima?  Que a senhorita mencionou…

— Eu fingi que uma pessoa havia me mandado, quando, na verdade, fui eu mesma. Quanto à carta de Sherlock, ela foi, de fato, escrita no dia 27 de abril. Só que eu realmente a coloquei no correio apenas há menos de uma semana. Por isso os senhores só a receberam hoje. Quanto a Philip, fui misericordiosa, dei mais alguns dias a ele para aproveitar com sua querida Veronica. 

— Mas como a senhorita matou ele, se estava conosco, aqui nesta sala? — perguntei.

— Deixe de idiotice, Watson, é óbvio que ela colocou o veneno junto com o uísque e, quando ele estava no quarto, tomou achando que só era a bebida, porém o veneno estava junto. — respondeu Sherlock antes de deixar Claire falar novamente.

— Exatamente. Eu sei exatamente em quais dias ele tomava o seu uísque. Hoje, por coincidência, era um desses dias. E para que os senhores não me acusassem de imediato, coloquei antes de todos chegarem. Quanto à porta, tranquei-a pelo lado de fora.

— Realmente um assassinato brilhante, senhorita Williams, mas a senhorita terá que nos acompanhar até Scotland Yard.

Depois de deixarmos a senhorita Williams na polícia, voltamos à 221B Baker Street. Eram quase 20 horas, eu e Sherlock jantamos e depois nos sentamos cada um em sua poltrona e ficamos conversando sobre o caso de hoje, que eu gosto de chamar de: Vingança por Amor.

Ariadne Bodnar Ferrari